Eleições 2012
Benedito Tadeu César *O quadro político-eleitoral em Canoas hojeSUL 21
Primeiro produto interno bruto (PIB), primeira população e terceiro eleitorado do interior do Rio Grande do Sul, Canoas atravessa hoje período de relativa calmaria política, depois das grandes turbulências que enfrentou há poucos anos. São 14 os partidos que integram a coalizão de governo comandada pelo prefeito Jairo Jorge (PT) e que deverão manter apoio à sua tentativa de reeleição.
O arco de alianças em torno do prefeito é amplo, incluindo partidos de todos os posicionamentos do espectro ideológico e, inclusive, antigos adversários. Além do PT, integram também a aliança PSB, PCdoB, PPL, PDT, PV, PMDB, PSD, PR, PPS, PRB, PTB e PRB. Apenas os pequenos partidos no município se propõem a lançar candidatos para enfrentar o atual prefeito, numa tentativa de firmar posição e conquistar espaços.
Não obstante a abrangência da aliança de situação, a lista dos pré-candidatos de oposição é grande, totalizando seis nomes, cada um deles representando um partido diferente, a saber: o ex-deputado estadual Jesus Coffy Rodrigues (PSDB); o coronel Cláudio Faccin (DEM), a advogada e ex-candidata a deputada estadual pelo PV Gisele Uequed (PTN); o médico e presidente do HPS de Canoas João Luís Ilha Ilha (PHS); o advogado Sales da Rosa (PSOL) e o metalúrgico Vagner da Rosa Ripoll (PSTU), o Maradona.
A se confirmarem todas as sete pré-candidaturas até aqui anunciadas, Canoas terá, em 2012, o número mais elevado de candidatos desde 1992. Impedida de eleger livremente seus governantes durante todo o período da ditadura militar (1964/1985), por ter sido considerada “área de segurança nacional” em decorrência de abrigar em seu território uma base da aeronáutica brasileira, Canoas teve cinco candidatos em 1985, quando voltou a eleger diretamente seu prefeito, o mesmo número em 1988, sete em 1992, seis em 1996, cinco em 2000 e 2004 e quatro em 2008.
A não fixação de padrões de comportamento eleitoral e de algum tipo de hegemonia partidária para os cargos executivos municipais parece ser uma característica de Canoas. Evidência disto é o fato de que em sete pleitos foram eleitos prefeitos de seis partidos diferentes, considerando-se apenas as cabeças de chapa e não as coligações eleitorais que os apoiaram. Hugo Simões Lagranha e Marco Ronchetti constituem as únicas exceções.
Lagranha foi prefeito de Canoas por cinco vezes não consecutivas, sendo que três delas por nomeações ocorridas durante a ditadura e apenas duas vezes pelo voto popular; a primeira em 1988, concorrendo pelo PDT, e a segunda em 1996, pelo PTB. Ronchetti foi eleito em 2000 e reeleito em 2004 com 70,13% dos votos válidos, sempre pelo PSDB, mas foi denunciado por corrupção pelo Ministério Público Federal pelo possível envolvimento com o chamado “Escândalo da Merenda Escolar”, ocorrido durante sua gestão, e hoje se encontra impedido de se candidatar.
Canoas é também o berço político do senador Paulo Paim e do deputado federal, e hoje presidente do Congresso Nacional, Marco Maia, ambos do PT. O primeiro nunca disputou cargo municipal em Canoas, mas o segundo foi candidato a prefeito em 1988, 2000 e 2004, concorrendo primeiro com Lagranha e depois duas vezes com Ronchetti, sem ter conseguido se eleger. Não obstante estes fatos, Paim foi o candidato a deputado federal mais votado no município de 1990, 1994 e 1998 e para senador em 2000 e em 2010, enquanto Maia obteve a segunda maior votação para deputado federal em 2006 e a primeira em 2010.
Na eleição passada, pela primeira vez, um candidato do PT venceu as eleições para a Prefeitura Municipal de Canoas. Depois de construir uma ampla aliança para as eleições, que incluiu, também pela primeira vez na história de seu partido no Rio Grande do Sul, a cedência da vaga de vice ao PP, Jairo Jorge elegeu-se prefeito e, rapidamente, conquistou antigos adversários e até mesmo o PTB, com quem disputou o segundo turno daquelas eleições, para a sua base política.
Com uma administração bastante bem avaliada, o atual prefeito espera reeleger-se sem grandes sobressaltos e é esta a aposta de muitos dos analistas políticos. Como eleições, muitas vezes, produzem surpresas inesperadas e, tal como o futebol, se revelam “uma caixinha de surpresas”, a pouco mais de cinco meses da votação, os adversários se mantêm na disputa e prometem dificultar o jogo.
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