“Se ficar no Euro for destruir a Grécia, teremos que sair”, diz parlamentar
Sofia Sakorafa: Acordo com a Troika não pode melhorar, porque a destruição já é quase total | Foto: Reprodução
Da Redação no SUL 21
“Se ficar no Euro significar a destruição da Grécia, teremos que sair”, afirmou Sofia Sakorafa, ex-atleta olímpica de lançamento de dardos, que se tornou a parlamentar mais votada da Grécia, nas eleições do último dia 6 de maio, em entrevista ao jornal espanhol La Vanguardia. Sakorafa pertence ao Syriza, uma frente de esquerda, que foi a segunda mais votada no pleito. Por falta de consenso deste partido com outras agremiações quanto à submissão às políticas de austeridade impostas pela União Europeia, será necessário realizar novas eleições, para as quais o Syriza é favorito.
Na entrevista, Sakorafa afirma que a intenção do partido não é sair do Euro, mas que isto pode ser necessário. “Queremos ficar na Europa e, de dentro, mudar as balanças de poder e as duras políticas neoliberais que estão sendo decididas por um reduzido núcleo de políticos. Não vamos tolerar que o crescimento de Alemanha e França se faça a custa da sobrevivência da Grécia e de outros povos, como a Espanha. Estar na Eurozona pode significar sacrificar o povo, que a gente morra de fome”, diz a parlamentar.
Sakorafa também rejeita a ideia de uma renegociação com a Troika (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) para amenizar os impactos dos acordos feitos pelo governo anterior. “O acordo não pode melhorar, porque a destruição já é quase total. Não há dinheiro para pagar as pensões, perdemos direitos trabalhistas conquistados ao longo de séculos pelos povos da Europa”.
A parlamentar também defendeu uma auditoria da dívida grega, bem como a participação do Governo nos conselhos dos bancos que estão recebendo auxílio com dinheiro público. O Syriza também quer a abolição de todos os cortes de gastos e reformas trabalhistas. “Temos que demonstrar que grande parte da dívida foi contraída de forma ilegal. A própria Alemanha reconhece que sua economia está se beneficiando da situação grega. Estamos comprando a 100% os bônus do Estado grego que o Banco Central Europeu adquiriu pela metade do preço. O BCE não nasceu para ganhar dinheiro de um país destruído”, diz.
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