terça-feira, 21 de dezembro de 2010

ta acabando

Governo Yeda termina como começou: um desastre

Se o governo de Yeda Crusius no RS foi catastrófico ao longo de quatro anos, não seria agora que as coisas mudariam.

A Página 10, coluna da Rosane de Oliveira em Zero Hora, denuncia o descaso do governo com as questões da transição. A secretária de Comunicação, Vera Spolidoro, não tem conseguido informações básicas, fundamentais para estruturar a futura Secretaria. Diante da ausência de respostas, foi ao Palácio Piratini, onde não foi recebida.

Yeda contesta as críticas com relação aos contratos que queria assinar ainda esse ano, dizendo que governa até 31 de dezembro. Afirma, com isso, que o Rio Grande não pode parar. Mas essa negativa de atender à transição – o futuro chefe de gabinete, Vinícius Wu, também está sendo ignorado – pode tornar o início do novo governo menos produtivo, pois ainda vai precisar de um período para se inteirar da situação e adequar os projetos às condições de que dispõe.

Ou seja, Yeda mostra orientar-se apenas por interesses pessoais, para preservar sua imagem (se ainda tiver uma), sem se preocupar com o futuro dos gaúchos. O nome disso? Demagogia.

------

BAITASAR

O Baitasar é um desses amigos (que a vida se encarrega de encontrar e nos oferece sem perguntas; um presente de natal) do blog do mauro (passou o dia ruminando a notícia aí de cima, grita da janela da redação que ela não perde por esperar; aqui não é a casa da mãe joana, chega e sai na hora que lhe aprovam as vontades), cuja função é acionar o controle remoto do televisor sempre que sentir uma sensação indeterminada, desagradável e precisa de idiotice (vez que outra, ele reclama um repouso, então, eu o convido para um chopinho geladérrimo no buteku da ladeira), juro que motivos não faltam para ele estar inconformado, bem mais importantes que ficar cuidando a tal transição

"O problema é que atrasa tudo, vão fazer a transição governando."

Hoje, ele chegou sem o controle remoto, mas o cachimbo, seu novo brinquedo, vem carregado em uma das mãos. Continua com a mesma intenção

"Entortar o cachimbo."

Repito que é o contrário, o uso do cachimbo entorta a boca

"E eu não sei? Mas haverá um dia em que a boca também entortará o cachimbo."

Tenho minhas dúvidas

"Presta atenção em tudo que acontece no Brasil... metalúrgico... guerrilheira."

E no Rio Grande do Sul, pergunto se é teimosia

"Desinteresse, meu amigo, a inconsciência do desdém."

Digo que não entendi e peço que se explique

"Pensa... não consegue se curvar com humildade ao resultado das urnas e senta no puff."

Mas vai ter que se curvar ao clamor das poltronas e sofás do povo.

Descemos a ladeira conversando sobre cachimbos, bocas, controles remotos e puffs.

Quando entramos no buteku, a Teresinha nos recebe com uma saudação de boa noite cheia de alegria.

O Baitasar percebe o descabimento da nossa amiga de poucas palavras e, claro, fica animado para repetir o elogio

"Essa daí tem muita formosura."

Pergunto à Teresinha a razão da alegria. Ela responde (ela que quase nunca responde)

Fica em pé, como uma revolucionária atenta, antes de se entregar ao chamado às armas.

O avental vermelho amarrado na cintura-de-tanajura e o bloco de preços na mesa

"Está acabando."

É isso mesmo, Teresinha, está acabando

"Então, Terê, vamos comemorar com aquele chopinho esperto."

Quando ela se vira para dar cumprimento às ordens, o Baitasar a segura levemente pelo braço

"Terê, a moça ta uma formosura."

"O que é isso, seu Baitasar."

"Como assim, o que é isso, a moça ta linda."

Ela fica em silêncio, eu e o Baitasar ficamos em mudez de espera, ouvíamos o seu hálito indo e vindo da garganta

"Hoje, vou beber com vocês."

Eu e o Baitasar nos olhamos, ele leva o cachimbo aos lábios.

O cachimbo entorta na boca do Baitasar.

Nenhum comentário: