PiG passa mel na guerrilheira
No dia 5 de maio de 1985, o presidente americano Ronald Reagan foi a uma cerimônia no cemitério de Bitburg, na Alemanha então Ocidental.
Ali estão enterrados 2.000 soldados alemães e 49 membros da SS nazista.
Perto, se ergue um obelisco no espaço em que existiu o campo de concentração de Bergen-Belsen.
O monumento presta homenagem a 50 mil vítimas do nazismo, ali enterradas em valas comuns.
Esse provavelmente foi o maior fiasco do Governo Reagan, ainda hoje um dos presidentes mais queridos dos Estados Unidos.
A presidenta foi à festa do pré-velório da Folha (*).
Mencionou Vladimir Herzog, uma das vítimas da SS brasileira, na frente dos donos da Folha da Tarde – clique aqui para ler.
A Folha da Tarde era o órgão oficial da SS.
Me dizem que o PiG (**) está muito feliz com a Dilma.
Porque a Dilma não bate boca com o PiG (**).
A Dilma é discreta.
Trabalha no gabinete, em silêncio, como os mineiros.
O PiG (**) não aguentava mais aquela batalha diária contra o carisma e a inteligência do Nunca Dantes.
E, por isso, está disposto a passar mel na guerrilheira.
Encantá-la.
Cobri-la de mimos.
Elogios.
Medalhas de professora Honoris Causae (o Farol não resistia a uma).
Editoriais.
Editorial do Estadão chegou a elogiar a cerimônia pré-velório da Folha (*) e – suprema heresia ! – citou trecho do discurso do Otavinho, autor de uma peça oratória invulgar: a “Sinfonia da Platitude”, à moda de Sibelius.
E aí reside o perigo.
Este ansioso blogueiro considera que numa República Presidencialista e diante da hegemonia do PiG (**), o Presidente ou Presidenta (ainda mais se for trabalhista) tem que bater boca, no meio da rua.
Existe espaço no Brasil para se debater políticas públicas ?
Tem o da urubóloga na GloboNews.
O Presidente de uma República Presidencialista infra-democrática tem que disputar a mídia.
Entrar em rede nacional.
Convocar coletiva.
(Nota de esclarecimento: este ansioso não pleiteia entrevista exclusiva com a presidenta. Tentou na campanha, não conseguiu, e agora só vai tentar – inutilmente – na campanha da re-eleição.)
Porque, se não for assim, um dia o PiG (**) se cansa de passar mel e vai para cima.
Vai para o Golpe.
Veja, amigo navegante, a situação do Nunca Dantes.
Como ele próprio não fez a Ley de Medios, onde ele vai se defender, agora, sem o púlpito da Presidência ?
O PiG (**) o massacra dia e noite.
De forma direta, ou indireta, ao passar mel na guerrilheira.
E onde ele vai se defender ?
E quando acabar o mel do PiG (**) ?
Onde a presidenta vai defender suas políticas ?
Onde vai lutar pelo apoio no Congresso ?
Como ela vai aprovar a Ley de Medios ?
Onde ela vai buscar apoio popular para enfrentar a Globo ?
Que a presidenta não se iluda.
O mel do PiG (**) acaba.
Só não acaba para o Fernando Henrique.
Porque ele o PiG são a mesma coisa.
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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