A ficha falsa, a enchente e o economista competente
Viomundo
por Luiz Carlos Azenha
A presidenta da República vai participar, em São Paulo, da homenagem ao aniversário do jornal que publicou, na primeira página, uma ficha falsa da então candidata a presidenta em véspera de campanha eleitoral.
O jornal não pediu desculpas, disse apenas que não teve como confirmar o conteúdo do que publicou, nem desmentir.
Ou seja, o jornal inventou uma nova forma de fazer jornalismo: não confirmada uma informação, publique assim mesmo.
Mas o jornal não está sozinho. Antes dele, Ali Kamel já tinha inventado o jornalismo “testando hipóteses” e um então futuro assessor de um candidato a presidente já tinha publicado, na maior revista de circulação nacional, “documentos” falsos de contas no Exterior cuja autenticidade não tinha conseguido confirmar.
Brasil!
Enquanto isso, o senador do partido governista diz que pretende convencer as centrais sindicais a votarem no Senado em defesa da menor de todas as propostas de aumento do salário mínimo.
Não basta o Partido dos Trabalhadores votar pelo menor aumento para trabalhadores e festejar a derrota dos trabalhadores no Congresso: o senador de tal partido, confirmadas as declarações dele publicadas na imprensa (Opa! Nisso a gente nunca pode acreditar), o senador quer que as centrais sindicais escolham — dentre várias opções — a pior proposta salarial para os trabalhadores que elas dizem representar.
Brasil!
Em São Paulo, uma pancada de chuvas faz transbordar um rio (o Tamanduatéi) que invade casas e automóveis, um rio que desagua no Tietê, objeto de uma obra bilionária para acabar com as enchentes.
O governador, recém reeleito em primeiro turno, é o que fez as obras que dariam fim nas enchentes; o sucessor dele, candidato à presidência, fez campanha se apoiando nas obras que fez em São Paulo (uma das quais foi deixar o rio que transborda, o Tietê, sem limpeza por três anos, de acordo com denúncia da Conceição Lemes neste site).
Brasil!
O candidato supra-citado, “economista competente”, acusa a presidenta que hoje homenageia o jornal que publicou a ficha falsa de ter cometido “estelionato eleitoral” e prevê uma hecatombe econômica dentro de um ano.
O candidato é o mesmo que previu uma hecatombe econômica no Brasil quando da crise financeira internacional e que, apesar do fracasso retumbante de sua previsão, continuou a ser considerado “economista competente”.
O jornal que acolheu a entrevista do “economista competente” é o mesmo que suprimiu informações comprometedoras sobre o “economista competente” e que previu (ele, jornal) uma hecatombe econômica no país devido à falta de aparelhos eletrodomésticos [em Lula estimula mais consumo e produtos começam a faltar]
Brasil!
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