sexta-feira, 3 de setembro de 2010

correndo até a banca (?) cuidado com o que a rasputin publica

Segurança do Palácio espionou senador, ministro, candidatos e delegados de polícia

O sargento César Rodrigues de Carvalho, segurança da governadora Yeda Crusius lotado na Casa Militar do governo do Estado, utilizou-se de senhas do sistema de Segurança do Estado para espionar a vida de políticos, delegados de polícia e outras autoridades gaúchas. O promotor Amílcar Macedo revelou que, em apenas um intervalo de uma semana, o brigadiano fez mais de 1.200 “pesquisas” em todos os horários imagináveis. Para isso, se utilizava de computadores dentro do Palácio Piratini e também em sua residência. Entre outros, ele espionou a vida de um senador da República, de um ex-ministro de Estado (que não são do mesmo partido, assegurou o promotor), do chefe de inteligência do V Comando Aéreo de Canoas, de delegados de polícia e, mais recentemente, dos investigadores que estavam investigando-no. Ele também realizou pesquisas sobre endereços e veículos de diretórios municipais de um partido político do Estado. Amílcar Macedo prefere não revelar nomes por enquanto.

No terreno da cobrança de propinas do setor de bingos e caça-níqueis, a promotoria tem informações de que há outros empresários do ramo que também estavam sendo extorquidos. As “pesquisas” que o sargento realizava no sistema integrado de consultas da Secretaria de Segurança eram utilizadas também, segundo a promotoria, para avisar pessoas sobre operações da Brigada Militar, sobre mandados de prisão que seriam executados. “Ele tinha acesso inclusive a processos judiciais e a investigações em curso no Ministério Público. Além disso estava acessando dados sobre diretórios de um partido político e seus veículos. Não consigo entender que tipo de perigo ou ameaça à governadora poderia justificar o acesso a esses dados”, observou Macedo.

O promotor não quis adiantar conclusões quanto à destinação do dinheiro arrecadado na cobrança de propina (somente de um contraventor foram de 5 a 6 mil mensais durante um período de aproximadamente dois anos). Segundo o testemunho desse contraventor, o sargento dizia que o dinheiro era “para ele e para seus chefes”. “Não tenho elementos de convicção para falar sobre o destino do dinheiro. O que posso dizer é que há outras pessoas vinculadas a campanhas políticas de alguns candidatos que têm relações com esse sargento”, afirmou. Além disso, acrescentou, outras pessoas também estariam cobrando propinas no setor de caça-níqueis em um esquema similar ao operado pelo sargento. O Ministério Público tem vídeos da cobrança destas propinas. As imagens estão sendo periciadas e serão divulgadas após a perícia, garantiu o promotor.

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